Pedra
da Anixa - Cão de Água Português

Desde sempre que os cães fizeram parte da
nossa vida. Perdigueiros portugueses, um cão de água chamado
Mondego e um Pastor Alemão, para além de alguns cães sem raça
definida.
O nosso envolvimento com a raça começou em 94, tendo a nossa
primeira ninhada nascido em 1996. Até 2001, fizemos 4 ninhadas.
A nossa pesquisa de reprodutores estava muito limitada a
exemplares com ascendência desconhecida e a outros com um grau
de consanguinidade elevado.
Após vários meses de pesquisa, negociações e
algumas recomendações pelo meio, conseguimos importar dos
Estados Unidos, um macho de uma linha de sangue que nos
interessava bastante. Em 2001, viajamos até Madrid, para
conhecer o nosso novo rapaz, com um ano de idade.
Não havendo voos directos para Lisboa, do local onde embarcou,
preferimos, deslocarmo-nos a Madrid. Depois de mais de 8 horas de
voo, o Chaser, deveria vir cansado, assustado,
pensamos nós. Um grande engano. Vinha muito bem disposto, com
uma energia para dar e vender, e, para além do mais, a partir do
momento em que o tiramos da caixa de transporte do avião, o Chaser sempre nos tratou como se tivesse
nascido em nossa casa.
O seu nome de registo é Grand Lares Wave
Chaser, criado por Carlos e José Franceschi, não
foi difícil acabar o campeonato de Portugal e de Espanha, e em
2002, foi BIS na monográfica portuguesa.
Chaser, é pai de 4 das nossas ninhadas,
de onde já saíram alguns campeões nacionais e internacionais.
É o caso do Faísca, do Gelo, que foi BIS na monográfica
em 2003, da Black Magic Woman e do Smooth, que foi BIS na monográfica em 2004 e BIS na monográfica em 2005.
O nosso maior compromisso com a raça é não só beneficiá-la a
nível morfológico e de saúde, tal como manter vivas as
características tão peculiares desta raça, em relação á sua
funcionalidade.
Os nossos cães vivem em ambiente familiar, embora disponhamos de
canis e de um parque de recreio completamente vedado, ao lado da
habitação. No entanto, temos sempre em casa pelo menos 3 ou 4
cães.
As nossas ninhadas nascem em casa, e aí permanecem até pelo
menos ás 5 semanas de idade. Nessa altura, passam para
habitação anexa á casa, onde podem brincar á vontade. Só um
pouco mais tarde são apresentados aos outros animais adultos, e
com eles brincam e aprendem, sempre com a supervisão da mãe.
O cão de
água português é um animal robusto. Não requer grandes
cuidados, para além dos habituais, tais como uma boa
alimentação, exercício e higiene.
A sua pelagem comprida requer mais cuidados que uma raça de
pêlo mais curto. Uma escovagem semanal, desde que bem feita, é
suficiente. Dependendo do estilo de vida do animal, poderá e
deverá tomar banho uma a duas vezes por mês, usando um bom
champô e tendo o cuidado de retirar todos os vestígios do mesmo.
A secagem com o secador ao mesmo que tempo que é escovado, é
altamente aconselhada.
Os ouvidos devem ser verificados semanalmente e caso note algum
cheiro ou demasiada sujidade, deverá consultar o seu médico
veterinário, pois pode estar a desenvolver uma otite.
Se tomar banho de água salgada, deverá a sua pelagem ser
passada por água doce, logo que possível, e seca
convenientemente.
Precisamente por ser um animal que requer mais cuidados com a
manutenção da pelagem, deverá o mesmo ser habituado desde
muito novo a todos os processos para essa mesma manutenção.
A tosquia de raça, ou de trabalho (mais comum de
exposição), consiste no corte do pêlo da parte traseira
(da última costela para trás), deixando um pequeno tufo na
ponta da cauda. O pêlo do focinho também é tosquiado, até á
zona da garganta. Embora antigamente a tosquia de trabalho fosse
um pouco diferente do que é hoje, este corte tem uma
explicação. Dizem os antigos que se libertava todo o pêlo da
parte traseira, de forma a libertar os movimentos na água,
deixando a borla na ponta, que não só servia de leme, como,
para localizar o cão, pois ao mergulhar e a nadar a cauda fica
á vista. O pêlo do focinho também era cortado, de forma a
libertar ao máximo a boca do animal de pêlo (antigamente
cortava-se cerca de um ou dois dedos acima dos olhos de forma a
deixá-los descobertos) . A razão pela qual se deixava pêlo à
frente, seria para proteger a caixa torácica de choques
térmicos, quando o animal mergulhava. No entanto, estes animais
que antigamente trabalhavam a bordo dos barcos de pesca, eram
tosquiados por inteiro na época mais quente, em geral quando os
tosquiadores dos burros vinham ás vilas e aldeias.
A sua pelagem não tem subpêlo, e é de crescimento continuo.
Não larga pêlo e é indicado para pessoas que tenham alergias,
em especial ao pêlo dos animais. No entanto, nunca é demais
referir, que nos reportamos a animais cuja pelagem é tratada
regularmente e de forma correcta.
São animais activos que necessitam de exercício diário e de um
constante contacto com o dono ou com a família. Um cão de água
a correr o dia todo sozinho num quintal só fará disparates, tal
como fechado numa casa. Não é cão para estar muito tempo só,
nem abandonado a si próprio. É um cão de família, um cão que
precisa de um dono presente.
É um animal muito sociável com pessoas, quer adultos ou
crianças. Sendo também relativamente sociável com os das sua
espécie. Em geral, os casos de mau entendimento entre cães, na
maioria das vezes, do mesmo sexo, tem a ver com disputas de
territórios e ciúmes, comum à grande maioria das raças.
Embora muitos o considerem como bom guarda, nós consideramos o
cão de água como um bom vigia.
É um cão que gosta de fazer coisas, mas em especial, estar em
contacto com pessoas, seja onde for e a fazer o que quer que seja.